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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Viagem na Tupã

Ciro Machado TRAIPU TERRA DA GENTE A VIAGEM NA TUPÃ Descambando pra Dezembro, aproximava-se as férias, e eu contava os dias, afinal quase seis meses sem ir a minha casa,a minha terra.Que saudade!Finalmente o dia esperado. Saio de Aracaju ,pego o ônibus, não me lembro bem de qual era a empresa ,mas acho que era ,Senhor do Bom Fim,uns amarelões que rodavam para a região,com destino a Propriá.Junto com os outros colegas e conterrâneos,que também estávamos apreensivos e ansiosos.Como será que está Traipu,quantas casa novas foram feitas?Será se aumentaram alguma rua.?Quem morreu que a gente não sabe ainda?Isso e muitas coisas martelavam em nossas cabeças. Vadinho de seu Bêlo,era o mais informado, quando recebia uma carta, sabia de todas as novidades,era um jornal completo,quatro a cinco folhas,seus parentes escreviam contando tudo ,até quantos cachorros nasceram na casa do vizinho,Ele repassava para a gente,era o interlocutor de nossa terra.Minhas cartas,não, só falava da saudade e preocupação , da minha mãe ,me dizia que não via a hora que eu chegasse,não queria me deixar preocupado com nada, que tudo estava bem.Depois o tempo passa e vi,que meu pai morria aos poucos.Um dia,três anos depois, recebi a noticia por telegrama,e já não pude nem assistir seu enterro.Minha rainha,coitada asmática, morria de lembranças, perguntava se eu estava sadio,se estava bem alimentado,coisa natural de mãe.Afinal de contas eu só estava com doze anos de idade,e não é mole uma mãe vê seu filho novo assim ,se afastar de casa,por muito tempo.Mas tinha que estudar.O grau maior de escolaridade,da nossa terra era o primário.Chegamos em Propriá,na rua da Frente onde tinha o ponto,uma espécie de rodoviária.As malas grandes de coro,pesadas,tínhamos que carregar para o porto.Logo poucos metros, avistamos a lancha, que para nossa alegria iria subir o rio. Achei aquilo uma sorte, bom mais da conta,ser logo a Tupã.Era uma lancha grande,a maior do trecho, dois pavimentos,o de cima por onde embarcávamos,primeira classe,boa vista para frente e lados,ampla ventilada e segura.Naquele andar,que viajamos,tinha melhor visão,queria curtir tudo,as margens sempre habitadas ,vê as pessoas que apareciam para ver a lancha passar.A buzina rouca da lancha nos avisava que estávamos saindo. A sineta da gabine do comandante, seu Quincas,repassava ao motorista que podia dar ré,e sair do porto.Mamoel messias ajudava com uma vara .Mais uma advertência naquela alavanca aquele som,como se fosse o morse dos correios, que repetia na sala de maquinas.O ponto morto,outra repetida, agora era a marcha para frente, mais outra e a ultima como se fosse uma prise de um carro.Partimos do porto ,com alegria e feliz .Hora mais esperada era aquela,que o motor acelerava em procura do sertão.Atravessamos o rio,vimos o cais de Colégio,tinha porto a dar naquele lugar,subiria gente a procura de algum lugar do baixo São Francisco,já que ela ia até Piranhas.Subíamos o rio afora,contra a correnteza.A proa da lancha abria as águas em duas ondas,formando marulhadas,chegando a balançar as canoas por onde passava.Atrás,ficava um rastro de espumas que flutuando se desfaziam aos poucos.Mas na frente uma placa dizia que ali tinha uma aldeia de índios.Saímos para o meio do rio,e de frente, lado de Sergipe uma fazenda Colossal,A Jundiaí,com seu pombal em forma de castelo,um cata -vento puxando água,por um cano ,perto duma ingazeira responsável por deixar fria aquela área de remanso.Aquela água ia direto para a caixa de uma casa grande e bonita, que parecia mais uma mansão perdida naquele ermo, antes de uma plantação de eucaliptos e coqueiros.A lancha imponente seguia agora para Amparo a primeira cidade sergipana depois de Propriá.Do outro lado avistamos Tibiri, mas não tinha ninguém no porto e gente para descer.Amparo era onde estava a bomba d água que envia água para Aracaju.Tinha casa de bombas,de tratamento d´águas.Talvez a primeira construída com potencia naquele trecho de rio.Tinha muitas mangueiras frondosas na beira do rio.Uma ponte ligava a estrada passando por cima dum riacho e uma porta d água,para aquele lugar.A lancha ora de um lado,ora pra outro, parando só nos portos,que tinha gente para descer ou embarcar.São Brás,cidadezinha simpática antes de Traipu,em Alagoas tinha gente para subir e descer.Talvez fosse também algum fazendeiro de Olho d Água Grande ou Campo Grande que tinha vindo ao Banco do Brasil de Propriá,resolver seus negócios.De frente ao Morro do Gaio,onde vai água para Arapiraca vira sua proa a procura do outro lado.A Tupã,volta ao lado de Sergipe ,tem Borda Mata,a fazenda que era coito de Lampião.Tinha gente pra subir.Borda Mata tem um sobrado,num arruado de menos de dez casa,um beco com mais outras.Mas na frente uma fazenda Aningas, de Pedro Chaves.Também tem um cata-vento puxando água,e uma casa bonita em cima do morro.Desce mais um cidadão naquele porto.Do outro lado uma Fazenda bonita,a lagoa cumprida de Carvalhinho,parente dos antigos donos da Borda Mata,Antonio Caixeiro,pai do ex governador de Sergipe, Eronildes de Carvalho.Munguengue,o primeiro povoado do município de Traipu,veja que já está mais perto.Mas esse quase ninguém vê as mais de cem casas por estarem escondidas entre as mangueiras.Seu Oiô,se prepara e a lancha encosta,vai descer na sua Fazenda,que é antes desse povoado.Escurial,povoado prospero,terra de Atevaldo um colega de escola,do outro lado,tem uma feira aos domingos muito boa ,para os poucos habitantes da região.Vizinho por uma lagoa tem Lagoa Funda,outro arruado, em cima do morro.Barandão são poucas casas,todas em cima de uma elevação cujo fundo é um precipício para o rio,o Acesso ao rio, é pelo combro,baixio.Me alegro mais ,da proa da Tupã,procuro no horizonte cinza,um sinal de minha terra.Ainda não dá pra ver.Um pouquinho mais, o sol clareia,deixando s uma parte mais branca,ao longe ,imagino vê que parece ser a torre da igreja de Nossa senhora do Ó.Fico apreensivo e não tiro os olhos.Sentado com aquele olhar fixo,vem as minha indagações,como eu serei recebido?Mas se depender de minha mãe, será como um rei, pois não esqueço que da ultima vez,recebi o beijo e o abraço dela, melhor que já ganhei na minha vida.Era aquilo o meu porto seguro.Minha queridinha mãe,falando mais doce que das outra vezes,imaginava o meu céu.Os minutos demoravam demais,mas a visão cada vez era melhor, até que avisto o Tijuco,lugarzinho em Sergipe,que o povo desce na ilha bem distante daquele morro onde o lugar está trepado.A lancha procura o lado de Alagoas, vejo a Fazenda de Antonio Nunes,a Lagoa Grande depois vem, Lagoa Funda ,Marcação,e finalmente Sacão três fazendas muito conhecidas da gente.Traipu já e um pulo.O porto para encostar, é o de cima.A lancha passa pela rocheira onde a gente vibra de felicidade, com alegria e surpreza, a imagem de Nossa Senhora do Ó,parece que está de outra cor.Finalmente o motor fica contando tempo.É essa minha terra querida,pena que de vez em quando tenho que deixá-la,penso.Antes de colocar a prancha para descer.Grita uma mulher aflita, alegrando todos:seu Quincas,Zé Messias,Veinho, e os outros,venham com Deus!Sejam bem vindos.Todos só podem subir depois que os passageiros descerem, é a regra, mas aquela mulher, não, aquela de saia nos cotovelos dos pés, é a rainha do porto.Sobe primeiro que todo mundo,tem toda regalia .É Maria Chicão,com seu tabuleiro de cocadas,na cabeça.E quem ,não gostava de Maria Chicão? Duvido.Tava ali, pra ver! Curtir · · Seguir (desfazer) publicação · 14 de novembro às 20:24 Kíssya Carvalho Rolim curtiu isto. Etevaldo Amorim Excelente, Ciro! Fez-me lembrar as viagens na Tupan, de Limoeiro a Pão de Açúcar. 14 de novembro às 20:30 · Curtir (desfazer) · 1 Ciro Machado Quando a saudade bate,não tem melhor forma de curtir, que escrever. 14 de novembro às 21:58 · Curtir Opções Facebook © 2012 · Português (Brasil) Sobre · Criar um anúncio · Criar uma página · Desenvolvedores · Carreiras · Privacidade · Cookies · Termos · Ajuda

Um comentário:

  1. O DONO!,É ASSIM QUE ME SINTO,QUANDO ESTOU EM TRAIPU, SEM TIRAR O DIREITO DOS OUTROS!

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