Cico da cireia

COCO DE RODA DA CORÉIA Era assim durante as festas de São Pedro, conhecida uma dança de “coco de roda”,que acontecia na casa dos pais dos coreanos Alfredo, Edgar, Lulu,e os outros ,uma família grande de gente pobre alegre e trabalhador,apreciada só por alguns traipuenses,porque acontecia já tarde da noite.Eles brincavam entre se,mas permitia que algumas pessoas assistissem,tinham receio que alguém viesse atrapalhar,mas era muito bonita e harmoniosa, as musicas,cantadas com o acompanhamento das mãos e a batida dos pés.As vezes acho que os coreanos ,como são conhecidos,são descendentes de índios,porque do nada improvisavam cantos e danças,entrosados em uma harmonia,compasso, pra ninguém botar defeito.Era mais ou menos assim, não lembro bem:”Maria segura essa taba,não deixe a taba cair,a taba custa dinheiro,dinheiro custa ganhar,se a taba cair Maria como é que vai ficar . Também um dia já na parte da tarde, do nada,entrava em Traipu,aquele batalhão de mulheres e homens,com uns ramos de mato na mão,agitando, chocalhando e cantando:”A Coréia de Zé de Belo,agora apareceu,o trabalho foi pesado mas agente já venceu ,a lagoa de seu Haroldo,quem fechou foi eu, -repetiam em coro :a lagoa de seu Haroldo, quem fechou foi eu.Achava muito bonito ,ai procurei saber o que era aquilo.Disseram foi a coréia de Zé de Belo que fechou a lagoa de Fazenda Chiquinha, de arroz,ou seja,limpou o mato que estava dentro das águas e plantou toda área daquele cereal nessa lagoa,tudo isso num só dia.Antigamente,principalmente as mulheres,trabalhavam plantando arroz,cantando toadas,e outros cantos em coro,com primeira segunda e até terceira voz.Isso volta a tona só na lembrança.Assisti muitos cantos delas ,na lagoa do Sacão,e outros valados e sempre foi assim,uma animação só,parece até,que aquelas cantigas davam mais força as mulheres.Até as casas de farinha estão perdendo o costume das cantorias,para uma fabrica moderna,fria sem cantorias,sem alma e sem história .